segunda-feira, março 23, 2009

Resposta ao Gabs

Mofado Caio De Um Sonho De Uma Noite De Verão

Em Uma História Sem Fim De Cinema!”

(ou Rascunho de Dragão em IV Ondas)


I.

além do jardim


ninguém fala a mesma língua

as dádivas cobradas selvagens

nos furtam do concreto

a alma distraída

que nos guia pela rua


o único de cada hora

é a repetitiva visão do amanhã


só que o azul do céu não é o sol

mas a tristeza da hora de partir


parto


II.

o coração leve


na monotonia da inconstância

todos filmes que chorei

são livros lacrados


obliteração fluida

de 1.000rps por semanas


não a freqüência constante das marés

mas a chuva de verão

a tempestade tropical

o furacão


o coração leve é o olho do furacão


III.

cada um está só no coração do mundo

atravessado por um raio de sol

e súbito crepúsculo


sem me ter, todo dia se arrasta

comigo, nenhuma noite é muito longa

… me ame menos, mas me ame por muito tempo


como se pudesse manter suspenso no ar

o coração leve – sempre há ventania,

sempre há tempestade tropical;


o coração leve é o olho do furacão

cercado pelos relâmpagos lendários do

oriente deste vendaval

enquanto desafiamos a gravidade


nos manter com todo peso em guarda – roupas encharcadas

de perto eletrizadas, sem tocar (por

medo das baforadas) – não dá pra seguir em frente

não dá pra deixar pra trás – nós

desafiando a gravidade


enquanto dançamos na beira do precipício contra-ad-

mirado mundo novo ao

som dos trovões se aproximando o

toque – não


podemos encher o espaço, um ao outro, preenchemos dentro de cada metade, adiante o inevitável colapso dos mundos, aproximando sem tocar, matemáticos contra os dragões, prenhes em cada fração fissurável até esgotar a leveza

engravida-de

parto


IV.

vestígios de um dia


você não dorme com o Gim, mas ele acorda com você

linguando a ressaca seca, irriga a garganta e gargalhada de perfume

mistura pau-no-pau o cheiro de borracha-de-vênus metida a lagartixa

num sol que não dura o sábado

a primeira escolha da manhã – 1ª


a madrugada divaga quem é você,

mas o dia só pergunta o quê fazer com ele...


e nada que explique o amanhecer vai te levar ao fim da noite /


eu sou um bocado

bêbado, um bocado viado, um bocado

louco, um bocado escritor;


mas um bocado é apenas um pedaço,

algo que explica quem é você ao fim do dia...


nas fossas marinhas das conversas de bar?!


Nenhum comentário de boutique, palavrão fora de hora, ou filosofia amanhecida de sexta-feira torna mais fácil levantar da cama e decidir o que fazer da sua vida.


Vá estereotipar a sua mãe!

(e não esqueça de converter o betamax em blue-ray, pra não ficar pesado...)

4 comentários:

Mari Carrara disse...

tivo... que lindo. fica bem mais bonito quando eu não estou fazendo tese e ouvindo mais ou menos o que você lê. vá estereotipar a sua mãe é ótimo. nao entendo o betamax em blue-ray porque não tenho idéia do que seja isso... e vc é um bocado muita coisa e vai continuar sendo em qualquer canto do mundo.hoje eu te mencionei brevemente no meu blog, não sei nem se vc entenderia onde. beijos!

Anônimo disse...

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Hermes disse...

Demorei para achar o blog. Gostei muito. Deveria voltar a escrever outrora.

Abraço.

Unknown disse...

Te conheci em uma festa no porao que parecia nao terminar nunca. Minto, antes da festa declamaçoes loucas de um poema dos perfumes.
A noite terminou com um filme, pessoas e uma cama estranha na sala da Bela Cintra.

É gostoso encontrar voce agora aqui, depois da mari ter entrado na minha vida, depois de tanta gente te pintando.

Seu texto me deu saudades do Caio. Fragmentos de um discurso amoroso.

Braccio