
Nunca tive pressa de chegar no “para onde vamos”. E se eu não gostar do lugar?
Existencialistas-de-merda são péssimos agentes de viagem; eu provavelmente acabaria com um bilhete de retorno da Varig (bem feito por trepar com leitores de Sartre). Mas, se estávamos indo, era melhor eu descobrir a destinação e me preparar.
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- Vocês não tão entendendo nada, né? Puxa o controle e vamos reduzindo
Trinta-e-três é o sentido da vida ou é quando entramos numa sala de conferência para discussões mais aprofundadas? Como o sentido da vida não devia ser o inferno, tava mais pro número da sala. Mas demora pra descobrir...
A primeira pessoa confiável que voltou do Tibet me garantiu ter ouvido do Lama que a resposta era 33. Eu estava com um terço da minha filosofia de vida resolvida... Até que fiquei preso numa fila com um numerólogo cabalista. Inferno. Cismou de entregar que 3 é o eterno e que aos 33 anos (ele devia ser cristão...) me depararia com uma “crise espiritual”. Puta troço chato. Mas como eu não queria virar um cabaço-balzaquiano-gatão-radical-chic-em-crise, resolvi viver só até os 32. Viva Cazuza! Viva Cássia Eller!
Adonai seja louvado! Se você for acreditar em cabala, é melhor ouvir de um Rabino do que da Madonna. Ou, pelo menos, de um judeu. Perguntei num jantar e levei uma sacaneada. Você encontra um
Mas isso não resolvia meu problema com o jornal...
Se todo mundo estava se deparando com a existência ao mesmo tempo, aí tinha. Em alguma página, alguma notícia tinha que explicar aquela crise de positivismo-hippie entre os jornalistas. E lá estavam elas na página 3:
Solstício: O que fazer na mais longa noite do ano?
Morte: Comoções durante homenagem a Bussunda.
Incertezas: Brasil deverá efetuar mudanças na Copa?
Entrei em crise, sinto muito...
22/06/06